24 maio 2005

Piano Bar

Morava do lado do meu prédio um velhinho em uma casa antiga. Casinha lá dos anos 40 ou 50, um arco na entrada, pilares cheios de detalhes, janelas de madeira e uma grande porta branca.

Dentro da sala havia um piano. Praticamente todos os dias que eu passava na frente da casa, estava lá o velhinho tocando piano. Tocava muito bem, desde os clássicos até alguns novos clássicos nacionais da bossa nova. Talvez fosse sua única distração na vida, passadas muitas décadas, seu corpo só permitia esse lazer.

Ao longo de alguns anos eu reparei sempre nas músicas que ele tocava. Nos últimos 2 anos, lembro de poucas vezes em que o vi tocando alguma música efetivamente. Muitos exercícios de escala, muito treino, mas pouca música. Talvez sua memória estivesse traindo suas vontades, as partituras não estavam mais vivas dentro dele.

Sobraram as escalas

E um dia, ele não estava mais tocando. Nem no seguinte, nem o resto da semana. Um mês sem ve-lo, pessoas diferentes na casa. Uma movimentação de obra, pessoas examinando a fachada da casa. O piano não estava mais ali em seu lugar, ao lado da escada.

Obra. Martelos, madeira, ferro, concreto, pedras, andaimes. A velha casa ainda está lá. Transfigurada, deformada, destruída. A modernidade transformou a velha casa com arquitetura elaborada e belos detalhes em uma construção morta, sem vida, moderna.

Hoje, a velha casa é um bar. Sob a alcunha de Botequim, talvez tente remediar a ofensa que fez ao passado, à história. Jovens sentam em mesas espalhadas pela velha sala, bebendo, fumando, falando alto. Não respeitam o ambiente quase sagrado do velhinho que morou naquela casa por tantos anos. Não escutam o som do piano que ainda vibra naquelas paredes.

22 maio 2005

E a pergunta fica no ar

A pergunta que fica no ar é essa: Como alguem consegue ouvir tanta música ruim em tão pouco tempo e ainda se divertir com isso?

21 maio 2005

Clima de Guerra nas Estrelas

No clima da estréia do Episódio III (que eu ainda não vi, por sinal) acho que até os cachorros da vizinhança entraram na brincadeira. Hoje, um cachorro estava latindo e uivando lá na rua, e juro pelas rosquinhas de cabelo da Princesa Léia que estava uivando igualzinho o Chewbacca.
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A trilogia original já está aqui prontinha pra ser vista, inclusive o DVD de bonus. Episódios I e II a caminho. Dia marcado pra ir no cinema ver Episódio III também. Feriado vai ser estelar.
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Você já viu o Episódio III? Viu? Que legal hein? Então não me conte o quão maravilhoso ele é poxa. Eu quero ver com meus próprios olhos. E o próximo que vier me falar que aquele menininho loirinho do Episódio I é o Darth Vader, eu dou uma espadada com meu sabre de luz verde. Que coisa....
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Táaa... táaaa... parei de falar de Star Wars. May The Force be with you.

19 maio 2005

Surpresaaaa!

E acabo de descobrir que hoje eu dou aula de informática. Excel. Divertido, não? Além de botar o laboratório pra funcionar em menos de 2 horas, ainda tenho 4 horas maravilhosas de aula, falação e blablablá.

Desejem-me sorte. Não estou nem um pouco animado pra isso.

18 maio 2005

Pessoas e cachorros

Eu gosto de lidar com pessoas que tenham mais do que 18 neurônios funcionando e que sejam mais educadas do que um cachorro. Fora isso, dispenso contato.

E é isso

Chamada

Atenção, hora da chamada! Quem estiver presente levanta a mão (ou escreve algo nos comentários, ou faça os dois). Vamos ver como está a frequencia aqui.
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Acordar cedo (tá... não tão cedo, eu perdi a hora), tomar banho, me arrumar, ir pra faculdade e descobrir que não teve aula... isso é chato.
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Ficar rodando no shopping pra passar o tempo, sem ter nada de interessante pra fazer... isso é chato.
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Mas o prêmio vai para: Chegar no trabalho 1 hora e meia adiantado, pq está de saco cheio de fazer hora no shopping e não tem mais nada pra fazer, considerando que hoje trabalho até 22h. Isso sim é chato.
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Tem tanto Post-It colado nesse monitor que daqui a pouco já tem uns colados até na tela, obstruindo a visão. Hora da limpeza.
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Fiquei impressionado como as Casas Bahia exploram os pobres coitados que não tem dinheiro.
Fui na Casa e Video e vi um monitor 17 polegadas tela plana da samsung, 12x de 49,90. Tem um cadinho de juros, acaba saindo por uns 600 reais ao invés dos 500 do preço a vista. Beleza, aceitável.
Fui nas Casas Bahia (aquela daquele carinha chato do comercial, lembram?) e tinha exatamente o mesmo monitor. 49,90 também por mês. Só que 18 (DEZOITO) parcelas. Tem gente desmiolada que ainda compra coisas nas Casas Bahia?

O melhor foi na hora que eu tava saindo... um dos vendedores "simpáticos" de lá veio me perguntar se eu gostei de alguma coisa.

"Não. Eu tenho medo dos juros que vocês cobram no parcelamento." e continuei andando. Ta loco...

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ps.: Quem só levantar a mão, faça o favor de tirar uma foto do momento do levantamento e me mandar pra eu confirmar a presença.
ps2.: Post do dia 18/05/2005, Take 2 (perdi o primeiro por erro do blogger)

16 maio 2005

Surpresa no céu

Nessa época do ano o sol se põe praticamente em frente a janela aqui da sala. O sol bate no computador, em mim, é um inferno. Então eu fecho totalmente a cortina pra não me incomodar. A sala fica toda escura, lampadas acesas, com o maior solão lá fora. É ruim, eu sei... mas é necessário.

Hoje, quando o sol já tinha se posto, eu fui abrir a cortina pra ventilar um pouco a casa.

Tive uma surpresa agradável. O sol já tinha se escondido atrás das montanhas e o céu adotou uma coloração muito foda. Peguei a camera digital e tirei essas beldades.


(clique nas imagens para vê-las maiores)

A primeira está sem nenhuma regulagem de exposição de luz. Foto ao natural. A segunda está com regulagem de exposição um pouquinho maior, permitindo a entrada de mais luz e consequentemente uma foto mais clara. Sem nada de Photoshop. Olha só a variação das cores, que beleza. Eu tenho que tirar mais fotos dessas... O inverno é a melhor época.

E ignorem o fato das fotos estarem imensas... fiquei com preguiça de diminuir :D

12 maio 2005

Peter Pão

Hoje de manhã fui no mercado comprar víveres (quando foi a última vez que você viu essa palavra, caro leitor? nunca né? Pois procure no dicionário). Comprei meu xarope de guaraná que eu sou viciado, um tijolão de quase 2kg de queijo minas, que tive que retalhar todo pra caber dentro de um potão tipo tupperware (tipo pq ta longe de ter a qualidade de um tupperware (é assim mesmo que escreve? (notaram como eu estou criando parenteses dentro de parenteses? ta parecendo uma expressão matemática))) e meia dúzia de pães franceses.

Peter Pães, pq o padeiro distraído (não precisam vir com a piadinha... padeiro distraído é o que deixa queimar a rosca. Pronto, já fiz a piada) deve ter esquecido o fermento e eles ficaram pequenininhos e massudos. Aí eles se recusaram a crescer, foram pra Terra do Nunca dos produtos de padaria e ficaram miudinhos pra sempre.

Mas mesmo assim, um Peter Pão com um naco de queijo branco e uma garrafa de guaraná natural fazem um lanche perfeito pra noite.
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Batam palmas crianças, batam palmas e acreditem!!
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Ta na hora de ir dormir, né? Acho que tá... boa noite pra todos vocês.

10 maio 2005

Eletricidade

Hoje estou mais elétrico do que o normal. Estou falante, escrevendo um monte no msn. Nada de assuntos interessantes, só volume de texto mesmo.

Para aproveitar o excesso de energia disponível, arrumei finalmente a barra de busca do google aqui do lado (para e olha pro lado da barra) para que não quebre o layout.
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Hoje pintaram as portas aqui da faculdade, com aquela tinta acrílica que fede demais. Estou com uma dor de cabeça enorme. Janela aberta, porta escancarada pra ver se entra um vento e arrasta um pouco do cheiro. Quando eu digo que deveria receber extra por insalubridade, ninguém leva a sério.
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Será que é por causa da tinta que eu to elétrico? Será que isso dá tanta onda assim?
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Comprei um travesseiro de penas de ganso. Chique né? Nada de espuma sintética, nada de poliuretano imitando penas de ganso. É o produto original, fofinho, macio, não deforma ao longo do tempo, e eu não ganhei nem um centavo pra fazer essa propaganda. Devia, né?
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E eu fico aqui olhando pro aparelho de Fax parado na minha frente, fico pensando: "Bem podia ser um video-game, né?" Ia fazer meu dia no trabalho passar bem mais rápido.
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Amanhã, entrevista de estágio na FioCruz. Aparentemente, parece fácil de entrar. Mas como nunca é ruim prevenir, todo mundo torcendo... Dessa vez, nem é tanto pela vaga, mas pelo pagamento... previsão de ganhar menos da metade do que ganho aqui... Vou negociar, ver se tem vale transporte e ticket refeição. Se não tiver, eles vão perder a minha ilustre presença.
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Ta bom né? Parei de escrever.

09 maio 2005

Classificados

Procura-se capacidade perdida de escrever algo decente em blog. Recompensa-se bem.
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Tá... apesar do anúncio, vamos tentar:

Na rodoviária de Taubaté havia um carinha estranho, careca de óculos e com umas roupas arrumadas porém não combinando muito. Era estranho.

Na fila pra entrar no ônibus, encrencou que o bilhetinho que colam na bagagem de mão dele sumiu. Na verdade, o bilhetinho que deveria ficar com ele pra comprovar que a bagagem era realmente dele quando saísse do ônibus. * Pois bem... procura daqui, procura dali, olha bilhete, confere número, e ele já tinha guardado o dito cujo, e só lembrou depois.

Nessa confusão do bilhete, eu furei a fila e subi. Sentei na minha poltrona bonitinha, na janela, lado esquerdo do onibus. Botei minha mala no bagageiro interno, a bolsa no chão, e fiquei lá, tranquilão. Justamente na hora que eu termino de me arrumar, lá vem o esquisitão e senta do meu lado, não sem antes quase cair por cima de outro passageiro e deixar a mala dele no meio do corredor pra alguém tropeçar. Enfim, sentou.

No meio da viagem, eu encostado, quase dormindo, ouço uns ruídos. O cara estava grunhindo alguma coisa. Não consegui entender palavra nenhuma, olhei pra ele de canto de olho, e ele tava com os olhos meio arregalados, parecia até que tava em transe. Comecei a ficar assustado.

Fiquei lá o mais imóvel possível, ora dormindo, ora fingindo que estava dormindo. Cotovelo apoiado no braço da cadeira, e o carinha ficava empurrando meu cotovelo pra apoiar o dele. Eu cheguei primeiro, ora bolas, ele que fique sem apoio. E firmei meu terreno lá, destemido. O resto da viagem ele continuou empurrando.

Mais pra frente, mudei a posição dos pés... pouco tempo depois, senti uma leve pressão na lateral do meu pé. ISSO! adivinharam, ele estava empurrando o meu pé para o meu lado. Afinal de contas, que história é essa de ocupar o espaço dele? Não pode, ora bolas. Por fim, depois de teimar um pquinho, e fingindo que estava dormindo, cedi e tirei o pé dali. A posição nem estava confortável mesmo...

Em outro ponto da viagem, o onibus parou para o lanche. Enquanto o onibus entrava no estacionamento, ele ficava fazendo gestos muito estranhos, girando os pulsos e esticando os cotovelos. Fora o olhar de desesperado pra sair do onibus. Mal o onibus parou e ele era o primeirão lá da fila pra descer... carregou a mala com ele pra fora do onibus e depois voltou com ela.

Um pouco mais a frente, eu acordo (sim... eu dormi bastante) com ele murmurando algumas coisas... olho pro lado e vejo o cara com um terço na mão, rezando. Nesse momento, passaram duas coisas pela minha cabeça.

1- Ele é um terrorista que vai explodir o onibus na hora que chegarmos na rodoviária, e as bombas estão na bolsa que ele cuida com tanto zelo, mas achei improvável por causa do terço. Na minha concepção, se ele tivesse com uma edição em árabe do alcorão eu teria bem mais desconfiança dessa hipótese.

2- Ele é um terrorista que vai explodir o onibus na hora que chegarmos na rodoviária, e as bombas estão na bolsa que ele cuida com tanto zelo, e no primeiro murmuro estava recitando algum trecho decorado do alcorão e a parte do terço foi encenação pra confundir a minha cabeça. Dessa não tive muitas desconfianças.

Continuei de olho nele, até chegar na rodoviária Novo Rio. Ele, novamente, foi um dos primeiros a descer. Eu esperei um pouco, pra ver se explodia algo. Não explodiu e saí do onibus e fui direto pra saída e pro ponto de onibus pra Niterói.

Não nego que cheguei em casa e liguei a televisão na globo pra ver se ouvia aquela musiquinha de plantão... Mas não ouvi. Ele deve ter descansado hoje e provavelmente vai explodir algo amanhã... acho que vou ficar em casa o dia inteiro. Boa desculpa pra não ir trabalhar...

* Nota do Autor: Ninguem confere esses bilhetinhos, ninguem liga pra isso, normalmente os bilhetinhos caem da mala bem antes de chegar no destino final.

01 maio 2005

Busca do Google

Coloquei uma caixa de busca do google aqui do lado. Ta quebrando o layout, ta feia, a pagina de resultados está terrivelmente feia... quando eu tiver tempo eu coloco de uma forma mais bonitinha...

Saque

Eu descobri uma coisa perturbadora. Eu não sei sacar no volei. Jogo magistralmente em todas as posições, defendo, ataco, levanto, tudo, absolutamente tudo. Mas basta me posicionar no fundo de quadra para sacar, seja em volei de praia ou de quadra, e minha bola não chega nem na rede, vai pra baixo, parece que o braço fica descordenado, mole, acerta a bola sem força nenhuma... é frustrante isso.

É lógico que isso soa estranho. Eu não pratico esportes ha alguns anos, tirando uma ou outra corridinha atrás de ônibus ou levantamento de caixas ou outras coisas mais ou menos pesadas nos momentos de arrumação. Mas eu estou tendo um sonho recorrente, essa noite foi a quarta ou quinta vez que eu sonho isso... estou eu, jogando volei com pessoas desconhecidas, e na hora de sacar, eu simplesmente não consigo. Todo o resto eu jogo direitinho, mas na hora de sacar, meu braço não responde aos meus comandos.

Será algum tipo de trauma ou fixação? Tudo bem que quando eu era muleke no colégio eu até jogava direitinho, mas tava longe dos "craques" que tinham lá. Conseguia sacar normalmente, as vezes errava feio, mas conseguia. E agora eu fico com essa limitação física nos meus sonhos. Assim como eu poderia ser um atleta metafísico perfeito?

As vezes eu sonho que estou jogando futebol no meio de craques, fazendo grandes jogadas... já sonhei que era jogador de hockey nos USA... já sonhei que era piloto de formula 1 ou algo parecido... tudo isso eu fazia com maestria, era o grande craque, aclamado pelo público... mas se eu estou em uma quadra de volei, só ouço os comentários "Ihhh lá vai ele pro saque... droga!"