07 junho 2004

Jesus

Vou contar um "causo" hoje... sem idéias pra textos originais...

No começo da faculdade, eu costumava andar com o cabelo solto, comprido, e barbudo. Era mais preguiça de fazer a barba do que qualquer outra coisa, porque a barba incomodava e tal.

Pois bem. Numa fria tarde de inverno, eu voltava da faculdade a pé pela praia, com mais uns 3 ou 4 amigos e amigas. Tava um frio danado, ventando muito, por isso eu estava com um casaco bem grande, com capuz e tal. O casaco era meio creme, meio "cru" como chamam a cor. Cor de linha sem tingimento. Eu andava um pouco mais a frente do grupo, uns 2 ou 3 passos, pois sempre andei meio rápido, e as vezes ficava sem muito saco de esperar. Agora imaginem a cena: Eu andando na frente de um grupo com umas 4 pessoas, com um casacão largo e "cru" com os cabelos soltos compridos e barbado.

Agora um parentesis... Tem um mendigo aqui em Niterói que costuma andar ali por perto da faculdade, e cumprimenta as pessoas de uma forma muito original. Ele vem andando na sua direção, olha pra você e grita com toda a força de seus pulmões "E dê a sua bunda, a vátomanocú!!". Logicamente, isso assusta qualquer um que não conheça já o pobre coitado. Fecha Parentesis...

Pois bem. Naquela tarde de inverno, o DaBunda (apelido carinhoso dele) estava na praia, andando em direção contrária a que estávamos andando. Quando ele olhou pra gente, eu já me preparei pra receber o cumprimento dele. Quando eu pedi ali em cima pra vocês imaginarem a cena, vocês imaginaram que eu estava parecido com Jesus e seus Apóstolos? Não? Pois ele imaginou... Parou na nossa frente, jogou as mãos pro alto, olhou para o céu nublado e gritou, com o poder de seus pulmões "JESUUUUUS!!!" e ajoelhou na minha frente. Pouco sem graça eu fiquei. Aproveitei que ele encostou a testa no chão, fazendo reverência para a imagem que ele achou que eu tinha (sim, eu tenho consciência que a reverência não era pra mim, não sou tão egocêntrico assim) e desviei e continuei andando, não sem ouvir todas as brincadeiras e risadas dos que andavam comigo.

Foi um momento engraçado, mas que gerou uma coisa interessante... Ele nunca mais, depois disso, me mandou tomanocú... Respeito será?

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