13 setembro 2004

Cadeiras de Rodas

Eu sempre tive um respeito sério por pessoas portadores de deficiências locomotoras. Quantas vezes já ajudei a carregar uma colega de turma 2 andares pra cima e pra baixo no colégio, ela que infelizmente vivia presa a uma cadeira de rodas. Dentro da minha profissão de arquiteto e urbanista, sempre tive preocupação com a acessibilidade, um dos assuntos da moda dentro da profissão.

Pois bem. Hoje, saindo da faculdade, paro no ponto de onibus, segundos depois do meu onibus ter passado. A espera para o próximo nem era longa, mas mesmo assim eu sentei num daqueles toquinhos que demarcam a rampa de acesso para deficientes. E aí começa o motivo deste texto. E me desculpem os portadores de necessidades especiais de locomoção se eu for preconceituoso de alguma forma, mas isso é exclusivamente para a senhora em questão. Voltando ao acontecido, estava eu sentado no toquinho que demarca a rampa de acesso, e uma senhora gorda num daqueles carrinhos elétricos chega vindo de trás de mim e grita, com uma voz irritante de deboche: "eeii garoto, isso aí não é um banco não". Como eu estava sozinho no ponto, olhei pra trás, sem levantar. Irritada, ela grita de novo: "Você sabe o que é isso?". Eu me levantei, sem olhar pra ela, fui pra longe esperar o meu ônibus em paz.

Eu tenho um princípio básico na vida, entre alguns outros. Eu não falo com ninguem que seja menos educado do que um cachorro. Poderia ter virado para trás e dado uma explicação técnica do que era aquele toquinho e pra que servia, do motivo de pintarem ele de amarelo, que era perfeitamente possível para ela passar pela rampa sem criar o escandalo que ela criou. Mas não. Eu segui o meu princípio básico.
[Ouvindo: Ghost - Live - Secret Samadhi (6:19)]

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