Texto originalmente publicado no
Relativo a música, revisado e republicado aqui
Houve um tempo em que não tinhamos o CD ou qualquer forma digital de armazenamento de audio. Eu peguei a parte final desse "tempo" e umas das poucas recordações que tenho em relação aos vinis é de que eles arranhavam, tinha que segurar pela beirada, se esbarrasse no aparelho de som o disco pulava, e lógicamente, do carrosel pra colocar em cima do Disco do Balão Mágico.
Eu lembro que as pessoas tinham mais cuidado com os discos. Tinham um certo carinho também. O Ritual de pegar o envelopão do vinil, tirar o envelope de plástico de dentro do envelopão, tirar o vinil de dentro do envelope plástico segurando pela beirada, verificar qual lado do disco vc quer ouvir (tinha 2 lados... imaginem só...) encaixar o pininho da vitrola no buraquinho do disco (crianças, não pensem besteira... era assim mesmo) e o mais importante... posicionar a agulha no início do disco. Lógicamente, isso só pra ouvir... para guardar envolvia praticamente os mesmo passos, só que ao contrario. Alguns ainda adicionavam mais um passo, o de passar a flanelinha pra tirar a gordura do dedo sujo de cachorro-quente... mas esses eram fanáticos demais...
Agora... veja qualquer muleke de hoje em dia... pega a caixinha do cd, que normalmente após a terceira abertura já está quebrada, arranca o cd de qualquer jeito do encaixe dele, joga dentro da bandeja do cd-player, sendo que antes tirou de qualquer jeito o que já estava lá dentro e largou em cima da mesa... Seria um sacrilégio se fosse um Bolachão de Vinil, mas é um cd, e é um jovem, então a gente deixa passar.
Eu tenho saudade desses tempos que quase não vivi. Eu gostaria de um dia ter ouvido um disco do Pink Floyd ou do Led Zeppelin na vitrola, com aquele som beeem abafado, tendo que virar o disco no meio do caminho e, logicamente, acompanhado pela fabulosa mosca do vinil, aquela que fica zunindo no fundo de todas as músicas que existiam na época... Essa foi uma grande artista
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